A ameaça de greve ronda novamente a saúde, desta vez não só nos hospitais, mas também em clínicas, laboratórios e hemodiálises. O Sinsaúde convoca os trabalhadores para assembleia, no dia 8 de novembro, às 17h30, na sede central do Sinsaúde e em todas as subsedes, para decidir sobre a paralisação no dia 14, a partir das 6h. Os motivos são o não pagamento do Piso da Enfermagem em laboratórios e clínicas, o aumento das cartas de oposição por pressão dos patrões e a falta de assinatura das Convenções Coletivas de Trabalho (CCT).
As CCTs SindHosp São Paulo, SindHosp Jundiaí, Sinog e Sinamge não foram assinadas. Estes sindicatos patronais representam laboratórios, clínicas, clínicas odontológicas e medicina de grupo. Enquanto estas convenções não são fechadas, milhares de trabalhadores ficam desprotegidos em seus direitos e também sem reajuste salarial.
Piso da Enfermagem
Com relação ao Piso da Enfermagem, as empresas privadas, como clínicas e laboratórios, não têm desculpa para não pagar o piso. Devem cumprir a Lei 14.434/2022 e a determinação do Supremo Tribunal Federal, cujo prazo venceu dia 6 de outubro, mas isso não está sendo feito.
Da mesma forma, muitas unidades que atendem ao SUS e receberam verba federal para complementar o piso não estão repassando o dinheiro para os trabalhadores. Em Campinas, por exemplo, a empresa Cejam, que administra o Hospital Ouro Verde e atua em outras unidades, admitiu em audiência de mediação no MPT, dia 24, que cerca de 200 trabalhadores não receberam as diferenças do piso.
“Nós não vamos recuar agora. Todos os profissionais da Enfermagem, tanto em hospitais, quanto em clínicas e laboratórios, têm direito ao Piso e é hora de estar junto ao Sindicato, fortalecendo a luta. A diretoria em peso do Sinsaúde está apoiando o movimento desses profissionais. Vamos todos à luta”, afirma a presidente do Sinsaúde, Sofia Rodrigues do Nascimento.
Carta de Oposição
O Sindicato tem recebido denúncias de pressão sobre os trabalhadores e ações antissindicais das empresas, que têm feito aumentar o número de cartas de oposição. “A carta de oposição nada mais é que dizer: eu não quero que o Sindicato negocie por mim. É o trabalhador agindo contra ele mesmo e dificultando as negociações. O trabalhador precisa colocar a mão na consciência. Não podemos mais aceitar que patrões exijam que seus funcionários assinem a carta. Ter o Sindicato ao seu lado é um direito constitucional. Faça valer!”, explica o diretor Jurídico, Paulo Gonçalves.
Para Sofia, é um absurdo que profissionais que cuidam da saúde da população sejam tratados dessa forma. “É preciso valorizar e remunerar devidamente os profissionais da saúde, para poderem exercer seu trabalho com dignidade e qualidade. Além disso, é importante garantir condições de trabalho adequadas e seguras, para não precisarem trabalhar doentes e sobrecarregados”, avalia.