Criado no mesmo dia que a Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948, o Dia Mundial da Saúde é celebrado no dia 7 de abril e passou a ser comemorado a partir de 1950. A cada ano, a OMS adota um tema para refletir sobre os problemas relacionados à saúde que afetam a população mundial. Em 2025, a ideia é conscientizar sobre o bem-estar e os cuidados pré-natais e neonatais sob o tema “Começos saudáveis, futuros esperançosos”.
Segundo a OMS, os cuidados pré-natais tem melhorado no mundo nas últimas décadas e reduziram em 40% a morte de mulheres durante a gestação e após o parto. Em 2000, 443 mil mulheres morreram durante ou depois do parto no mundo. Em 2015, este número caiu para 328 mil e, em 2023, foram 260 mil mulheres mortas devido a complicações na gravidez ou no parto. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) estabelecem que até 2030 haja uma redução da taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes por 100 mil nascidos vivos.
No Brasil, em 2022, a taxa de mortalidade de mulheres na gestação ou no parto era de 54,5 a cada 100 mil nascidos vivos. Apesar de abaixo do buscado pela ONU, é intolerável ter havido 1.397 óbitos que poderiam ter sido evitados. Nove entre 10, segundo a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) poderiam ter sobrevivido com implementação de algumas medidas indicadas pela Campanha “Zero Mortes Maternas. Evitando o evitável” como: assistência materna de qualidade, acesso universal a métodos contraceptivos e combate às desigualdades no acesso à saúde
Os dados do Sim/DataSUS analisados pelo Observatório da Saúde Pública apontam que o fato está relacionado a fatores sociais, econômicos e étnicos/raciais. Os marcadores apontam disparidades por regiões, como em Curitiba 16,3 mortes de mães a cada 100 mil nascidos vivos e, em Boa Vista (RR), o número de óbitos ser de 165,8 por 100 mil. (Veja a tabela abaixo)
A Organização alerta que manter a vida também é um trabalho difícil no mundo atual. Mais de dois milhões de bebês morrem ao longo do primeiro mês e outros dois milhões são natimortos (crianças que morrem após 20 semanas de gestação ou no parto). “Isso representa aproximadamente uma morte evitável a cada sete segundos”, destaca o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus em artigo da entidade. “A campanha reforça que a forma como começamos a vida desempenha um papel importante para determinar tudo o que vem depois. Quando mulheres e recém-nascidos não apenas sobrevivem ao parto, mas mantêm boa saúde, isso beneficia famílias e comunidades e contribui para o desenvolvimento econômico e a estabilidade”, avalia.
Ainda segundo a organização, apesar de algum avanço, com base em tendências atuais, quatro em cada cinco países estão longe de atingir metas de melhoria da sobrevivência materna até 2030, enquanto um em cada três países não conseguirá atingir as metas de redução de mortes de recém-nascidos.
O governo brasileiro lançou no ano passado uma campanha para reduzir a mortalidade materna em 25% até 2027. Segundo dados do SUS, o índice de mulheres negras que morrem por motivo é praticamente o dobro das mulheres em geral: 110,6 a cada 100 mil nascidos vivos. É por este motivo que o Governo Federal também busca reduzir as mortes das mulheres pretas em 50% até 2027. O Brasil quer atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) até 2030, com a marca de 30 óbitos por 100 mil nascidos vivos.
>> Com informações da OMS, DataSUS, Observatório da Saúde Pública, OPAS, Ministério da Saúde e Agência Brasil.
- Mortalidade materna nas capitais brasileiras em 2022:
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- Taxa a cada 100 mil nascidos vivos
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- Fonte: SIM-DATASUS, disponível no Observatório da Saúde Pública