O prédio do Sinsaúde em Campinas se tornará, temporariamente, a Câmara Municipal de Campinas, no dia 28 de novembro, a partir das 17h30, quando será instalada sessão solene do legislativo para a entrega da Medalha Arautos da Paz, em comemoração aos seus 85 anos e pela contribuição desta entidade aos profissionais da saúde e à sociedade de Campinas e do Estado.
“É uma honra para o Sinsaúde receber tão prestigiada honraria dos vereadores de Campinas. Isto significa reconhecimento pela história de luta do Sindicato, que nasceu na cidade e desde 1938 ajudou a construir o sindicalismo brasileiro”, declara a presidente do Sinsaúde, Sofia Rodrigues do Nascimento.
Segundo o legislativo campineiro, a Medalha Arautos da Paz, criada em 2013, é outorgada à pessoa ou entidade que tenha se destacado de forma exemplar no trabalho em defesa da vida e da paz no município de Campinas ou fora dele.
A homenagem foi aprovada no dia 8 de novembro, por iniciativa do vereador Rubens Gás (PSB). O vereador utilizou como argumento para justificar a homenagem um texto publicado no jornal institucional Esparadrapo, com o resgate dos principais feitos do Sindicato nos últimos 85 anos.
A cerimônia de entrega da medalha acontece junto com a inauguração da reforma da área de atendimento do Sinsaúde.
Breve histórico do Sinsaúde
Fundado em 28 de outubro de 1938, o Sinsaúde forjou uma história de muitas lutas e vitórias, que ajudaram a formular as bases legais da atuação profissional na área da saúde. O Sinsaúde enfrentou três grandes ciclos.
O primeiro é da fundação, em Campinas, com apenas 20 trabalhadores militantes e apenas 130 sindicalizados. Um dos seus fundadores foi Victório Chinaglia, que presidiu a entidade em vários mandatos até 1964. O lema da primeira diretoria era “Trabalhar sonhos e operar resultados”. Contribuiu e viu nascer o salário mínimo em 1940 e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943, por exemplo.
O segundo ciclo começa com a intervenção, após o golpe de 1964, que acabou com a democracia brasileira. Assumiu Doraci Nelson Silva e, neste período, o Sindicato criou uma estrutura assistencial, como o Clube de Campo Anna Nery, como forma de contornar a intervenção.
O terceiro ciclo nasce com a reabertura política, em 1984, quando ares de liberdade voltam ao sindicalismo. A nova diretoria eleita, Chapa 1 – Unidade e Ação, encabeçada por Édison Laércio de Oliveira, assume. Fica à frente da entidade por 30 anos. Leide Mengatti assume por um mandato. Atualmente, a entidade é presidida por mais uma mulher: Sofia Rodrigues do Nascimento.
Este foi o ciclo de maior expansão do Sindicato, com sua base se multiplicando, assim como número de sedes regionais, chegando na década de 90 a ter mais de 80% da categoria sindicalizada, alcançando avanços nos acordos e convenções coletivas, acumulando benefícios, estruturas patrimoniais e de serviços, como Comunicação, Jurídico, Odontologia, convênios, projetos de educação e ensino e conquistas que até hoje perduram, como a Jornada Especial de Trabalho, Piso por Função, entre outras, e que, muitas vezes, os trabalhadores esquecem que só as têm por causa desta história de luta.