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Federação Paulista da saúde lança campanha de valorização da categoria

Do rótulo do voluntarismo herdado dos primeiros tempos do século 19 com enfoque na benemerência até os tempos atuais com a integração do Estado com a sociedade civil, vemos que o setor da saúde evoluiu muito como mercado, mas muito pouco no tratamento dado

01/07/2021

O setor de saúde, como mercado, cresceu e se transformou. Há cerca de uma década, os grupos privados internacionais crescem na área e dominam cada vez mais a Saúde brasileira. Haja vista a recente união entre Hapvida e Intermédica e a chegada da Rede D’Or que juntas somam mais de R$ 100 bilhões em valor de mercado, fazendo com que ambas estejam no seleto grupo das 15 maiores empresas na Bolsa de Valores.

 

 

A perspectiva era que a chegada destes grupos pudesse contribuir para a valorização do setor, mas essa perspectiva foi frustrada. Com maior poder de barganha, eles se adequaram ao mercado e impuseram redução de direitos. Com raras exceções - médicos e alguns cargos administrativos - a categoria continua estigmatizada, trazendo ainda o peso do voluntarismo retrógrado. Tanto as condições salariais como as condições de trabalho são ruins e preocupantes.

 

 

Sim, temos a falta de investimentos no setor que faz com que os hospitais não consigam equipar adequadamente os estabelecimentos, mas também temos, em muitos casos, uma péssima gestão dos recursos. Registre-se que na saúde temos uma das piores distribuições de renda do Brasil. E foi assim que a pandemia pelo Sars CoV 2 encontrou esses trabalhadores.

 

 

Sem salários e sem condições de trabalho adequados. Temos só no Estado de São Paulo mais de 700 mil trabalhadores na área da saúde somente nas esferas particular e filantrópica. Número que pode duplicar, computada a rede pública. E é essa legião de profissionais que está à frente da guerra travada para combater a pandemia provocada pelo coronavírus. Depois de mais de um ano, o sofrimento é muito grande e muitas vidas foram perdidas.

 

 

É uma batalha que está longe de ser vencida, mas que é enfrentada por estes profissionais da saúde. A população entende o esforço da categoria e aplaude o seu esforço, profissionalismo e dedicação. Os representantes dos profissionais da saúde, enfrentam uma odisseia junto aos estabelecimentos e órgãos governamentais em busca de melhorias que façam justiça aos trabalhadores.

 

 

Para ampliar a campanha da valorização, a Federação Paulista da Saúde criou a campanha “Salário digno é o melhor aplauso”. Ela envolve os 13 sindicatos filiados à Federação e também pede o apoio da população para as lutas e reivindicações, dentre elas o direito ao adicional de insalubridade em grau máximo (40%) e aprovação da jornada de 30 horas e do piso salarial para a categoria - PL 2564/2020 - pronto para ser colocado em votação no Senado Federal.

 

 

Precisamos que os brasileiros transformem em ação os aplausos dedicados a categoria, enviando mensagens de apoio ao projeto aos senadores. O melhor aplauso que podemos pedir aos gestores da saúde brasileira são salários e condições dignas de trabalho.

 

Edison Laércio de Oliveira Presidente da Federação dos Trabalhadores da Saúde do Estado de São Paulo

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