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Moralizar a política é a receita para enfrentar a crise

Por Leide Mengatti, presidente do Sindicato da Saúde de Campinas e Região

23/03/2016

 
A crise econômica chegou com força no Brasil e se intensificou em 2015. Durante todo o período do ano passado, as notícias envolvendo vários setores da economia brasileira e os casos de corrupção na Petrobras fizeram com que o movimento sindical atuasse ainda com mais intensidade para que os trabalhadores fossem afetados o menos possível. Mas é claro que em tempos como este, as dificuldades são sempre maiores, o que exige de todos nós maior poder de união e mobilização, únicas armas para a conquista de resultados positivos. 
 
Este ano as dificuldades são maiores, seja em virtude da crise econômica que recrudesceu, já que todos os indicativos mostram que ela está mais intensa para os brasileiros, seja porque a situação política também traz instabilidade para nosso País. 
 
A 24ª etapa da Operação Lava Jato levou, no início de março, mais precisamente no dia 4, o ex-presidente Lula à Polícia Federal (PF), conduzido a um depoimento coercitivo, ou seja, obrigatório. A decisão da PF mexeu com todas as instituições e também com a população brasileira. Registraram-se manifestações em diversos pontos do Brasil, algumas favoráveis ao ex-presidente, mas a maioria pedia justiça e apuração dos fatos que levam a crer ser o ex-presidente beneficiário do desvio de milhões de reais.
 
Vale lembrar que a Operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve. Estima-se que o volume de recursos desviados dos cofres da Petrobras, maior estatal do País, esteja na casa de bilhões de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política dos suspeitos de participarem do esquema de corrupção que envolve a companhia.
 
As investigações em cima de Lula, que sempre se manteve blindado em relação aos casos de corrupção, mostram, em princípio, que ninguém está acima da lei e, diante deste cenário, entendo que devemos manter forte nossas instituições para continuar garantindo a manutenção do processo democrático, este sim, o maior bem que conquistamos e que deve ser defendido por todos os brasileiros.  
 
E precisamos fazer isso num momento crítico e com muitas decisões que geram conflitos de opiniões e colocam a credibilidade da presidente Dilma Rousseff nos patamares mais baixos da história, pífios 10%, como mostram pesquisas realizadas nas duas últimas semanas. 
 
No campo econômico, propostas impopulares, como a possível volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), a Reforma Previdenciária e o uso do FGTS para o BNDES, tornam a sobrevivência da presidente Dilma no poder ainda mais difícil e volta a ganhar força a proposta de impeachment.  
 
Conhecidas como “ajustes fiscais”, estas ações não recuperam a força da nossa economia e ainda prejudicam os trabalhadores brasileiros, que veem as verbas de programas sociais sendo cortadas e seus direitos trabalhistas sendo tirados aos poucos. Este cenário desfavorável também atingiu a área da saúde.
 
Funcionários de hospitais importantes, como Madre Theodora, em Campinas, que demitiu mais de 240 profissionais em setembro do ano passado; e a Beneficência Portuguesa, de Araraquara, que fechou as portas, desempregando aproximadamente 280 trabalhadores, além de acumular um passivo trabalhista da R$ 10 milhões, mostram o quanto a população é afetada pelas crises social, econômica e política.  
 
Mas são nesses momentos que aumenta a necessidade de fortalecimento das instituições democráticas, como é o caso do Sinsaúde, única entidade capaz de dar sustentação à categoria da saúde. Dando a largada na Campanha Salarial de 2016, o Sinsaúde mostra que não mede esforços para ampliar e preservar os direitos dos trabalhadores, pois tem uma equipe de sindicalistas que conhece os problemas do País e da saúde e atua para que os empregadores reconheçam o valor dos profissionais que trabalham rotineiramente para dar o melhor atendimento para os pacientes e à instituição para a qual prestam serviço.
 
 
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