5519989916625

Expectativas do empresariado dão sinais da recuperação da economia brasileira

Luiz Fernando Alves Rosa, economista e Técnico do DIEESE Subseção Federação da Saúde SP

07/11/2012

À primeira vista, os indicadores econômicos mais recentes parecem apontar para um “marasmo” da economia brasileira. Segundo o IBGE, a produção industrial, que havia apresentado um bom desempenho em agosto, teve queda de 1,0% em setembro. Em 12 meses, a queda do desempenho industrial chega a 3,1%, o pior resultado desde janeiro de 2010 (-5,0%). Não bastasse, o relatório do Banco Central, divulgado no dia 5 de novembro confirmou a previsão de um crescimento econômico pífio, de apenas 1,54%, para 2012. Nestas circunstâncias, a conclusão natural, seria a de que “a economia brasileira empacou de vez”.
Acontece, porém, que para os empresários, mais importante que o “retrovisor”, que são os últimos dados, é o “para-brisas”, ou seja, as “expectativas” em relação ao futuro. Se as expectativas forem ruins, mesmo com os estímulos econômicos do governo, a economia não anda, pois os empresários não se sentem confiantes para investir. Não obstante, nos últimos dias, uma série de fatores aponta para a formação de “expectativas positivas” em relação desempenho econômico nacional.
Neste sentido, a sondagem da indústria de transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV), de outubro, indica que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) atingiu 106 pontos, uma alta de 1,0% na comparação com setembro. Na comparação com o mesmo período de 2011, o ICI registrou uma melhora de 4,8%. Esta avaliação positiva é compartilhada até mesmo pela diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, que no último encontro dos membros do chamado G-20, apontou a retomada do crescimento da economia brasileira como um dos destaques positivos do atual cenário global.
Além disso, corroboram para uma avaliação positiva do desempenho econômico brasileiro, a redução das expectativas de inflação, medida pelo IPCA-IBGE, por parte do mercado financeiro, de 5,45% para 5,44% e o impacto esperado sobre o Comércio, no último bimestre, em virtude dos recursos do 13º salário, de cerca de R$ 131 bilhões até dezembro, de acordo estimativas do DIEESE. 
Tudo aponta, portanto, para uma retomada efetiva da economia brasileira a partir do último trimestre de 2012. Ainda assim, para que não haja sustos, é importante que o governo eleve o nível do “investimento público”, espaço para isso há, já que só com a queda da taxa básica de juros, a SELIC, este ano serão economizados cerca R$ 30 bilhões com o pagamento da divida pública.
Luiz Fernando Alves Rosa, economista e Técnico do DIEESE Subseção Federação da Saúde SP 
MAIS ARTIGOS
[ FECHAR ]
[ FECHAR ]

instagram

youtube